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domingo, junho 30, 2013

Ensino profissional é chave para mudanças no país

Com 8,3 milhões de estudantes no ensino médio, o Brasil tem apenas 6,6% desses jovens matriculados em cursos de educação profissional. O índice, baixo em relação à média europeia de 40%, revela a perda de uma grande oportunidade para a educação e para o crescimento do país. A discussão foi base para a primeira edição do Rumos da Indústria, projeto da Confederação Nacional da Indústria (CNI) que reuniu especialistas em um bate-papo virtual sobre ensino profissional na terça-feira (25/06).
"Hoje, temos 24 milhões de jovens no Brasil, dos quais apenas quatro milhões vão para a universidade. Precisamos avançar na inclusão do jovem no ensino profissional, para que essa grande parcela de estudantes não seja excluída do sistema educacional", declarou o diretor-geral do Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (SENAI), Rafael Lucchesi.
Segundo o economista e especialista em educação Claudio Moura e Castro, que também participou do debate, o baixo índice está relacionado a uma "total inapetência do ensino acadêmico para a profissionalização". "Essa valorização excessiva das ‘atividades da caneta' em detrimento das atividades manuais é o que impede que o país chegue à maturidade educacional", ponderou.
Realizado via hangout, ferramenta de videoconferência da rede social Google+ que permite transmissões ao vivo, o debate contou com a mediação do jornalista Demétrio Weber, repórter do jornal O Globo e autor do blog Educação à Brasileira.
Manifestações - O momento é oportuno para a discussão. Entre as manifestações populares que tomam o país, uma das principais bandeiras levantadas é o maior investimento em educação. "Parte do que acontece nas ruas hoje é sucesso da agenda de inclusão social de melhoria da educação. É um indicador de que uma nova geração teve acesso a oportunidades de ensino e quer que o país funcione", afirmou Lucchesi.
Entretanto, a solução para os entraves da educação pública pode estar além dos investimentos financeiros. "Em um país onde metade do tempo de aula não é gasto com educação, mas com atrasos, faltas e greves, e a repetência chega a 30%, o problema não é só financeiro. As reformas devem incluir melhor gestão e cobrança de resultados. Se a população não souber cobrar isso, não vamos avançar muito", concluiu o economista Claudio Moura e Castro.
O modelo social cristalizado no país, que privilegia o ensino univesitário, também foi citado como uma das importantes mudanças culturais a serem realizadas no país. "As 21 profissões técnicas mais demandas pela indústria têm o salário médio inicial de R$ 2 mil, chegando a R$ 5,7 mil após 10 anos de carreira. É uma clara demonstração que a educação profissional tem um sentido real de mobilidade social", lembrou o diretor-geral do SENAI.

FONTE: Portal da Indústria

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